Se você cresceu na igreja, provavelmente já ouviu a frase “jugo desigual” em 2 Coríntios 6:14, mas agora está se perguntando o que isso realmente significa. Namorar alguém que não compartilha de suas crenças é realmente um grande problema? Vamos juntos descobrir o significado do jugo desigual e por que isto é um problema!
O que significa estar “em jugo desigual”?
2 Coríntios 6:14 é o versículo mais citado que chama os crentes para andarem em um “jugo igual”. Ser atrelado refere-se a dois bois que são unidos por uma barra de madeira para completar o trabalho em conjunto. Estar em jugo desigual significa que os dois bois não são iguais em força, sendo um mais fraco.
Quando os bois estão em jugo desigual, eles não podem completar bem uma tarefa. Usando essas imagens, os cristãos não podem ser parceiros de incrédulos ou não poderão viver a vida cristã, que Deus deseja para eles. O incrédulo que vive de acordo com a carne irá desacelerar e atrapalhar o cristão. Nossa fé, no entanto, não deve se associar com as trevas do mundo pecaminoso.
Muitos crentes não conseguem ver por que esse mandamento do apóstolo Paulo é tão importante. Outros o ignoram completamente.
Vamos dar uma olhada neste versículo usando diferentes versões bíblicas.
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão tem a luz com as trevas?” (ARA)
“Não vos prendais em jugo desigual com os infiéis. Porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (ARC)
“Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas?” (NVI)
Estar em um jugo desigual não significa inibir nossas vidas amorosas. Em vez disso, é um comando projetado para proteção e honra. Pois, estar em jugo desigual é mais perigoso do que você possa imaginar.
No entanto, esperar por alguém com quem você compartilha a mesma herança espiritual é muito mais gratificante do que muitos acreditam.
Namorar um incrédulo é desobediência
Certa vez, recebi um e-mail de um leitor. Nele, ela relatava que não achava que Deus se importava com quem ela namorou e se casou, que Deus tinha coisas maiores com que se preocupar.
Mas isso não poderia estar mais longe da verdade. Deus sempre se importou com as uniões que Seu povo faz, como evidenciado por Seu relacionamento com o povo de Israel.
Em Deuteronômio 7, Moisés está instruindo os israelitas em suas responsabilidades como povo de Deus. Eles foram libertados da escravidão e agora são homens livres, prestes a entrar na Terra Prometida.
Contudo, Moisés lhes dá um aviso:
“Você não fará nenhum pacto com [o povo da terra] e não mostrará favor a eles. Além disso, você não deve se casar com eles … porque eles vão desviar seus filhos de seguir-me para servir a outros deuses …” (Dt 7:3-4)
Avancemos várias centenas de anos e encontraremos Israel em rebelião direta contra a ordem de Deus:
“Os filhos de Israel viviam entre os cananeus…; e tomaram para si suas filhas como esposas, e deram suas próprias filhas a seus filhos, e serviram a seus deuses ”. (Juízes 3:5-6)
Provavelmente não parecia tão prejudicial no início. Talvez, os israelitas sentissem que não havia mulheres suficientes, ou não havia homens suficientes para todos. Não importa como eles racionalizassem isso, os israelitas formaram alianças entre eles, com pessoas que não conheciam nem serviam a Deus. Ao fazê-lo, foram desencaminhados.
Vez após vez na Bíblia Sagrada, vemos esse tema repetido. Um deles foi Sansão, que repetidamente procurou mulheres incrédulas, uma escolha que no final o destruiu (Juízes 14), e Salomão, o homem mais sábio do mundo, onde suas muitas esposas o levaram a adorar outros deuses (1 Reis 11).
Unir-nos a pessoas que não amam e nem seguem a Cristo é desobediência direta.
A intimidade é impossível sem unidade espiritual
Se Cristo é verdadeiramente Rei de nossas vidas, nosso ser mais íntimo deve ser submetido à Sua influência. Como então podemos unir uma alma guiada pelo Espírito, com outra em rebelião contra Deus?
Isso irrita as pessoas, porque não importa quão respeitoso, doce ou “amante” um parceiro incrédulo seja, ele está em desacordo com Cristo, ou seja, ele está em rebelião.
Se nos chamamos cristãos, estamos dizendo que acreditamos que a Bíblia é nossa autoridade final.
No entanto, a Bíblia diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus e que sem Cristo somos “irresponsivos em nossas transgressões”, conformados com o mundo, “vivendo pelos desejos de nossa carne” e “por natureza, filhos da ira”. (Efésios 2:1-3) Isto é quem somos sem Jesus, quando anadamos em desobediência.
Portanto, aqueles de nós em Cristo, não podem estar em um relacionamento harmonioso e agradável a Deus, com um incrédulo. Não há comunhão entre a luz e as trevas (2 Coríntios 6:14-15)!
A palavra grega para “comunhão” nesta passagem significa literalmente contato ou intimidade. Através das palavras inspiradas pelo Apóstolo Paulo, aprendemos que a intimidade com os incrédulos não é apenas desencorajada, e sim impossível.
Deus sabe disso
É por isso que ele ordenou que os israelitas se casassem dentro da família da fé, e é por isso que Ele inspirou Paulo a emitir o mesmo comando. Isto é para nossa proteção espiritual! A justiça não tem nada em comum com uma pessoa que acredita ser boa o suficiente, sem Deus:
“Pois o que a justiça e a maldade têm em comum? Ou que comunhão a luz pode ter com as trevas? Que harmonia existe entre Cristo e Belial? Ou o que um crente tem em comum com um incrédulo?” (2 Coríntios 6:14-15)
Nenhum relacionamento à parte de Cristo pode ser verdadeiramente “bom” (Marcos 10:18). Nenhum “amor” à parte de Cristo é amor verdadeiro (1 João 4:16-17). Pode parecer do lado de fora, mas nunca será unificado por dentro.
Seu corpo é um santuário de adoração
O mandato de Paulo para não andarmos em jugo desigual, não é encontrado em uma lista de mandamentos; foi escrito para a igreja em Corinto, quando estava em dificuldades, um grupo de pessoas confusas sobre como viver para Cristo em um mundo corrupto. É por isso que ele aproveitou o tempo para explicar por que o jugo desigual é tão perigoso para a caminhada cristã:
“E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei;” (2 Coríntios 6: 15-17)
Seu corpo é o novo Templo. Como seguidor de Cristo, o Espírito de Deus habita em você. É por isso que Deus nos chama para “sair do meio deles e separar-se”. Ele não está nos dizendo para não amarmos, mas somos chamados a amar os incrédulos (1 Pedro 2:12). Deus está nos chamando para amá-Lo, mais do que amamos nosso próprio desejo de um relacionamento. Ele está nos chamando para ser um lugar de adoração.
Este é um chamado para reconsiderar sua visão de Deus e o namoro. Deus se preocupa com nossos relacionamentos porque Ele se preocupa conosco. Ele se preocupa com nossa pureza porque é isso que nos mantém em um relacionamento com Ele!
Nossa santidade prega o evangelho mais alto do que nossas palavras. O jugo desigual impede nossa caminhada com Deus, a única coisa que precisamos mais do que qualquer outra coisa.